segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

O Justo Juízo de Deus (Romanos 2:1-16)

O Justo Juízo de Deus (Romanos 2:1-16)

Lendo as fortes palavras do final do capítulo 1, alguns cristãos – especialmente judeus – poderiam ser tentados a concordar com Paulo e condenar “aqueles pecadores” que praticam e aprovam coisas dignas de morte. Esses religiosos facilmente lamentariam o estado depravado dos outros, sem perceber que estavam no mesmo lamaçal do pecado. Nos capítulos 2 e 3, Paulo afirma que o problema do pecado é universal, atingindo igualmente judeus e gentios.

O Perigo de Auto-Justiça

É muito fácil enxergar e condenar as falhas dos outros. O homem que confia na sua própria justiça não reconhece a sua própria necessidade da graça de Deus (1-4). Durante o seu ministério na terra, Jesus batalhava contra a arrogância e auto-justiça de seitas como os fariseus (veja Mateus 23:27-28). Paulo, um ex-fariseu, agora luta contra o mesmo orgulho religioso de seus compatriotas.

A auto-justiça traz conseqüências gravíssimas. Quando a pessoa recusa a ajuda oferecida por Deus, não há outro remédio. Vai caminhando para a morte, incapaz de se livrar dos laços da iniqüidade. Tal pessoa acha algum conforto em ver os pecados maiores dos outros, e não reconhece que o Deus justo rejeitará todos que praticam a injustiça (5-11).

A Justiça de Deus

Ao mesmo tempo que Paulo tira as desculpas das pessoas que se julgam boas, ele oferece esperança. Deus oferece a glória, honra, incorruptibilidade e paz (7,10). Mais adiante explicará melhor as condições para receber essas bênçãos (veja 3:24; 4:16; 5:2; 6:14; 11:6; etc.). Por enquanto, ele simplesmente se refere à bondade, à longanimidade e à tolerância de Deus para com os arrependidos (4). A esta altura, ele enfatiza a igualdade de judeus e gentios. Os pecadores de qualquer nação serão condenados, e os justos de qualquer povo serão glorificados. Deus julgará cada um conforme os seus atos (6), e não mostra acepção de pessoas (11).

A Igualdade de Judeus e Gentios

Os judeus confiaram na lei que Deus lhes deu por intermédio de Moisés. Por terem recebido essa revelação especial, acharam-se superiores aos gentios. Mas possuir a lei não salva. Ser ouvinte da lei não salva. Para serem justificados, teriam de obedecer à lei. Paulo ainda mostrará que nenhum judeu obedeceu a lei perfeitamente. Aqui ele ousa dizer que um gentio que respeite os princípios de justiça, mesmo não tendo a lei escrita, seria aceito por Deus. Tal afirmação seria, para muitos judeus, praticamente blasfêmia! Para apreciar a importância e a necessidade do evangelho, é preciso primeiro descartar falsas bases de confiança. O homem que confia em sua própria justiça não será salvo. A pessoa que se acha segura por fazer parte do povo “escolhido” sofrerá uma grande decepção. Cada um será julgado – não por ser judeu ou gentio – mas de acordo com seu procedimento. O julgamento será feito por um Deus onisciente, usando como base o mesmo evangelho pregado por Paulo (16; João 12:47-48).

O Justo Juiz

Com Deus, não há acepção de pessoas. Pedro entendeu esse fato quando pregou, pela primeira vez, aos gentios (Atos 10:34). Aqui, Paulo reafirmou a mesma verdade quando falou da necessidade universal do evangelho (11). Deus é um juiz justo. Cabe ao homem se conformar com a vontade do Senhor.

– por Dennis Allan fonte
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sdv

Os Vasos de Misericórdia (Romanos 9:19-33)

A primeira parte deste capítulo mostra que Deus, sendo justo, pode mostrar misericórdia para qualquer homem – até para os gentios. Quando Deus, na sua misericórdia, oferecia algumas vantagens grandes aos judeus, eles não reclamaram. Agora que ele oferece bênçãos espirituais a todos – judeus e gentios – alguns podem distorcer o sentido da misericórdia e acusar Deus de injustiça. Neste trecho, Paulo responde a estas objeções.

Devemos lembrar do princípio já estabelecido nos primeiros capítulos do livro. Se for aplicar apenas a justiça de Deus, todos os homens seriam perdidos, pois todos pecaram (3:23) e o pecado leva à morte (6:23). Quando se trata de misericórdia, o pecador é poupado e não sofre a conseqüência de seu erro, pela bondade não merecida que Deus lhe oferece. Nem judeu nem gentio pode se justificar e satisfazer a justiça de Deus. Ambos dependem da graça, da misericórdia, demonstrada no sacrifício de Jesus, pelo qual Deus se mostra justo e justificador (3:25-26).

O Oleiro e os Vasos (19-29)

Aqui Paulo reconhece que alguém, na arrogância humana, poderia culpar Deus por exercer seu direito de mostrar misericórdia. Uma possível objeção: Se Deus aceita e rejeita quem ele quer, como ele pode condenar alguém? Não foi o próprio Deus que decidiu tudo? (19). Esta objeção não é tão diferente da doutrina, muito difundida hoje, da predestinação, que sugere que a salvação e a condenação dos homens dependem somente do capricho de Deus. Pessoas que defendem tais idéias precisam ler a repreensão dada aqui por Paulo.

Da mesma maneira que o oleiro decide que tipo de vaso fazer, Deus tem todo direito de definir quais pessoas ou grupos de pessoas receberão a sua misericórdia. Quando ele decidiu salvar os crentes (judeus e gentios) e condenar os descrentes (judeus e gentios), ele agiu dentro de sua soberania (20-21). Deus tem direito de determinar a hora para castigar os malfeitores, como também para salvar os fiéis (22-23).

Os cristãos, sejam judeus ou gentios, são aqueles que receberam a misericórdia dele (24). Deus fez, na salvação dos gentios, exatamente o que Oséias previu na sua profecia (25-26). Oséias jamais sugeriu a salvação sem obediência. Os que receberam a misericórdia de Deus foram os mesmos que se arrependeram e se converteram ao Senhor (Oséias 14:1-4). Nessas condições, Deus mostrou a sua misericórdia.

Quanto aos judeus, Deus salvou o restante que se converteu, e castigaria os outros, que o rejeitaram, exatamente como profetizou Isaías (27-29). Isaías 1:9, citado no versículo 29 aqui, mostra que a justiça de Deus teria destruído todos os judeus. Foram salvos pela graça. Quem depende da graça não pode se queixar da salvação dos outros!

Salvação pela Fé (30-33)

A conclusão:

- Os gentios não buscavam a salvação, mas alguns a alcançaram pela fé (30).
- Os judeus buscavam a salvação na lei, mas não a encontraram (31).

Por que? Porque a salvação não vem pelas obras da lei. Quando tentaram se salvar pela lei, rejeitaram a salvação em Cristo, a “pedra de tropeço” (32-33).

–por Dennis Allan